Baixa-se a cortina, começam os primeiros sons: é o início de uma viagem pelo imaginário de um paraíso islandês… Em tons de amarelo podemos ver um vulto que usa um arco de violoncelo para retirar os mais belos sons de uma gitarra eléctrica. Começamos a flutuar... recordo pequenos momentos de vida, da minha vida, acompanhados por estes quatro rapaz
es:
Sigur Rós.

“Fecha os olhos, e sente” – Ao meu lado tenho um grande amigo. Aquele que descobriu, comigo, a melhor banda do mundo, do nosso Mundo! Enrolou o braço do meu pescoço, encostou a cabeça na minha e ficamos assim, até ao fim daquela música que nos aqueceu na viagem até Estrasburgo. Recordo a nossa noite em Paris, passada entre shots de vodka, segredos… e muito, muito
Agaetis Byrjúm. E o cheirinho dos nossos crepes “ô nutelá” as 5 da manhã.
“Isto é lindooo” – digo-te, já com os olhos molhados pela felicidade!De repente mais uma música que eu amo, e outra e todas elas se revelam peças de arte capazes de me fazer sentir leve, tão leve que me posso elevar e voar por cima de todas aquelas pessoas, rodopiando num imaginário só meu. De olhos fechados vejo tudo azul, muito azul.

Azul de uma felicidade imensa que transborda por entre os dedos das mãos que já nem sinto de tantas palmas. Vejo petalas de rosa por entre pirilampos que iluninam uma noite sem lua, envolvendo-me até que se confundem com estrelas. Há sorrisos de crianças a correr e uma doce ilusão de que tudo é tão simples e fácil. Aquela voz tão limpa vai crescendo e corroi as ultimas preocupações de mais um dia... abrindo um ( parêntese ) na realidade. Inspiro e sinto o cheiro, tão bom, de uma tarde de praia, num dia cinzento e húmido… E o meu coração bate, bate... bate com força, ao ritmo acelerado da última musica…
Takk… lê-se no palco!
Takk” é Obrigado, e é isso que eu sinto, uma enorme gratidão por poder viver um concerto como este!!
ss