26 de novembro de 2005

Coisas Simples

"Regressamos sempre aos velhos lugares onde amámos a vida. E só então compreendemos que não voltarão jamais todas as coisas que nos foram queridas. O amor é simples, e a vida devora as coisas simples."

Manuel Alegre


Percebem agora porque é que eu gosto de complicar tudo!!

ss

20 de novembro de 2005

Takk...

Baixa-se a cortina, começam os primeiros sons: é o início de uma viagem pelo imaginário de um paraíso islandês… Em tons de amarelo podemos ver um vulto que usa um arco de violoncelo para retirar os mais belos sons de uma gitarra eléctrica. Começamos a flutuar... recordo pequenos momentos de vida, da minha vida, acompanhados por estes quatro rapazes: Sigur Rós. “Fecha os olhos, e sente” – Ao meu lado tenho um grande amigo. Aquele que descobriu, comigo, a melhor banda do mundo, do nosso Mundo! Enrolou o braço do meu pescoço, encostou a cabeça na minha e ficamos assim, até ao fim daquela música que nos aqueceu na viagem até Estrasburgo. Recordo a nossa noite em Paris, passada entre shots de vodka, segredos… e muito, muito Agaetis Byrjúm. E o cheirinho dos nossos crepes “ô nutelá” as 5 da manhã.
“Isto é lindooo” – digo-te, já com os olhos molhados pela felicidade!De repente mais uma música que eu amo, e outra e todas elas se revelam peças de arte capazes de me fazer sentir leve, tão leve que me posso elevar e voar por cima de todas aquelas pessoas, rodopiando num imaginário só meu. De olhos fechados vejo tudo azul, muito azul.
Azul de uma felicidade imensa que transborda por entre os dedos das mãos que já nem sinto de tantas palmas. Vejo petalas de rosa por entre pirilampos que iluninam uma noite sem lua, envolvendo-me até que se confundem com estrelas. Há sorrisos de crianças a correr e uma doce ilusão de que tudo é tão simples e fácil. Aquela voz tão limpa vai crescendo e corroi as ultimas preocupações de mais um dia... abrindo um ( parêntese ) na realidade. Inspiro e sinto o cheiro, tão bom, de uma tarde de praia, num dia cinzento e húmido… E o meu coração bate, bate... bate com força, ao ritmo acelerado da última musica…


Takk… lê-se no palco!

Takk” é Obrigado, e é isso que eu sinto, uma enorme gratidão por poder viver um concerto como este!!

ss

19 de novembro de 2005

Madrugada

Esta é uma daquelas noites em que gostaria de ter o poder parar o relógio… Gostava que cada minuto pudesse durar uma eternidade. Uma eternidade daquelas que se perpetua pelas sinapses que constroem a pessoa que eu sou. Cerro os olhos com muita força, até sentir que uma das pálpebras está quase encavalitada na outra… e vou guardando esse teu meio sorriso, para o poder lembrar “a vida inteira”.
Lá fora os pingos de chuva tornaram-se mais densos e o barulho característico da água a bater no vidro molda o nosso ambiente… que é completado por um “takk…” de melancolia. E agora sim, estamos prontos a flutuar numa história que ninguém sonhou. O temporal agudiza-se e agora quase que posso jurar que as folhas rodopiam ao som da nossa música, como que a acompanhar a dança do meu coração. E com a calma de quem tem minutos intermináveis vais-me contando os segredos que não revelaste a mais ninguém; vamos partilhando os sonhos de uma vida que se deseja imprevisivelmente doce e recheada de surpresas maravilhosas como esta.
A chuva foi cedendo aos primeiros raios da manha de um dia que nasceu lindo, “só para mim”, como me fizeste crer! Não tive o poder de fazer parar o relógio, mas tornei todos estes segundos eternos… inesquecíveis…

ss

 
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