18 de junho de 2009

Hoje lembrei-me de NYC

E do que nevava lá fora quando estávamos no Guggenheim...
Já sonho lá voltar.

ss

13 de junho de 2009

Música do mundo

A sapiência do senhor boliviano que me (en)cantou ao jantar:

No necesito silencio
yo no tengo en quién pensar.
Tenía, pero hace tiempo
Aura ya no tengo más
Atahualpa Yupanqui

ss

10 de junho de 2009

Dia de Camões

Quem diz que Amor é falso ou enganoso,
ligeiro, ingrato, vão, desconhecido,
sem falta lhe terá bem merecido
que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce e é piadoso.
Quem o contrário diz não seja crido;
seja por cego e apaixonado tido,
e aos homens, e inda aos deuses, odioso.

Se males faz Amor, em mi se vêem;
em mi mostrando todo o seu rigor,
ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de amor;
todos estes seus males são um bem,
que eu por todo outro bem não trocaria.

Luís Vaz de Camões

ss

7 de junho de 2009

História de um gato aos quadradinhos

Chove contra a minha janela. Diluvia.

A mala está feita, amanhã deixo esta minha casa das palmeiras.
Há raios a iluminar o céu. Ainda assim, porque é o última noite neste citéa, desço até as palmeiras.Estou encostada a uma parede para fugir à fúria das nuvens e do vento. Acendo um camel. Pensava-me sozinha mas há um pequeno amigo que partilha comigo o medo.
Um gato. Um gato preto, daqueles que dizem dar azar, roça-se sedutoramente nas minhas pernas. E fica.
Senta-se a meu lado como que a contemplar a chuva, como eu.
Sento-me para ficar mais próximo do animal que me brindou com tamanho mimo. E ele deixa-se ficar. Aproxima-se um pouco mais até.
Afago-lhe a cabeça e mimo-lhe as orelhas. Ele ronrona, acho que gosta. Fotografo-o. Faz-se desentendido, não olha para a máquina fotográfica.E quando há um relâmpago que irrompe no céu amarelado pelos candeeiros ele tem medo, como eu, e esconde-se nas minhas pernas. Usa o meu corpo para se proteger. Tem medo da chuva, tem medo das nuvens que tanto gritam esta noite.
Eu, com ele aqui encostado a mim, não tenho medo.
Fico.
Deixo-me ficar até a tempestade amainar e o meu amigo desaparecer da mesma forma que me apareceu.
Do céu.

ss

 
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