17 de maio de 2008

A maravilhosa vida de um gominho de laranja

Quando se ganha um amigo há um novo espacinho que nasce em nós. Se eu fosse uma laranja, um novo amigo era um daqueles gominhos (a que a minha avó me ensinou a chamar filhinhos). E não é fácil a vida de um gominho: lutar pelo seu espaço, empurrar os outros gomos uns contra os outros para que haja lugar para si naquele coração, laranja, digo! Mas para a laranja este nascimento de um novo gomo também não é um processo passivo. Ela precisa ter muita arte para arrumar cada um dos seus gomos e dar-lhes os devidos nutrientes… Já imaginaram reivindicação social de gomo por igualdade de oportunidades? Não deve ser fácil.

Numa laranja há gomos maiores que outros, uns mais doces outros mais ácidos. Mas o que interessa numa laranja, o que faz dela uma boa peça de fruta, é o seu sumo. É a soma de cada um desses gomos bem espremidos. Um gomo mais azedo logo é compensado pelos gomos mais docinhos. À laranja doce demais falta-lhe aquela acidez característica dos citrinos… por isso até os gomos mais azedos são bem-vindos!

E se um gomo resolver que já não quer mais fazer parte daquele todo, que é a laranja? Aquela laranja que se esforçou tanto para que ele nascesse. Aquela laranja que empurrou para os lados os outros gomos mais antigos e lhes explicou, com paciência, a importância dos gominhos.
Aquela laranja pediu, com todo o seu coração, caroço, digo!, para que o gomo ficasse e fizesse parte dela. Mas o gomo só poderia ficar se fosse verdadeiro… Então a laranja implorou-lhe que fosse verdadeiro.

Um gomo de uma laranja, uma vez nascido, já não pode mais sair. Há a casca!! Para partir, o gomo comprometeria toda a estrutura da laranja… e nem mesmo o gomo mais cruel quer mal à sua laranja!
O gomo ficou.
Mas não foi verdadeiro. E então foi apodrecendo…
Nenhum gomo apodrece sozinho.
Aos poucos toda a laranja estava comprometida. O gomo, que nem queria mal à sua laranja, fê-la cair, apodrecida e dolorida, no chão.

Moral da história:
1ª: Ainda bem que não sou uma laranja, ou estaria estatelada no chão à mercê da minha cadela-comedora-de-laranjas (ainda que nenhuma dentada dela doesse tanto como a queda!).
2ª: Tenho de parar de comer laranjas na cantina.

ss

14 de maio de 2008

Uma semana de nostalgia

Depois de uma semana tão cheia de momentos emocionantes. Uma semana a escrever fitas, como se um pedaço de pano pudesse transportar tudo o que há a dizer a cada um de vocês... Uma semana de despedidas que na verdade não são imediatas como se poderia prever… aqui fica uma saudade, imensa (10 anos!), daquela voz que não terá par, tal qual estes meus anos por Coimbra.

And now, the end is here
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case, of which I'm certain

I've lived a life that's full
I traveled each and ev'ry highway
And more, much more than this,
I did it my way

Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do and saw it through without exemption
I planned each charted course, each careful step along the byway
And more, much more than this,
I did it my way

Yes, there were times,
I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all, when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall and did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now, as tears subside, I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say, not in a shy way,
"Oh, no, oh, no, not me, I did it my way"

For what is a man, what has he got?
If not himself, then he has naught
To say the things he truly feels and not the words of one who kneels
The record shows I took the blows and did it my way!

Há uma jornada de vida que está a chegar ao fim… uma meta que precisa ser alcançada, ainda que as vezes me faltem as forças para o sprint final. Independentemente do pânico que me possa assolar neste momento, uma certeza eu tenho:
Yes , It was my way!

ss

 
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