21 de março de 2007

E porque hoje é o dia mundial da poesia...

Amor sem Tréguas

É necessário amar,
qualquer coisa ou alguém;
o que interessa é gostar
não importa de quem.

Não importa de quem,
não importa de quê;
o que interessa é amar
mesmo o que não se vê.

Pode ser uma mulher,
uma pedra, uma flor,
uma coisa qualquer,
seja lá o que for.

Pode até nem ser nada
que em ser se concretize,
coisa apenas pensada,
que a sonhar se precise.

Amar por claridade,
sem dever a cumprir;
uma oportunidade
para olhar e sorrir.

Amar como um homem forte
só ele o sabe e pode-o;
amar até à morte,
amar até ao ódio.

Que o ódio, infelizmente,
quando o clima é de horror,
é forma inteligente
de se morrer de amor.

(António Gedeão)
ss

9 de março de 2007

Ontem... Hoje. Amanhã!!

Vazia, vazia como nunca! Perdida da ilusão que eu própria criei…
Durante meses… muitos meses, a tua imagem aqueceu-me os dias e, todas as noites antes de me deitar procurava um bocadinho de ti… de nós.
Até ontem.
Ontem foi última vez que me permiti procurar-te. Foi a última vez que esperei, esperançada, por uma resposta tua.
Hoje
Saudades!
Aviva-se a memória! Vejo-me a andar pelos corredores de um hotel em Nova Iorque, em calçõezinhos de pijama, a fugir dos hóspedes que entram e saem dos quartos, a toda a hora, nessa cidade que nunca dorme. Lembro-me de me esforçar ao máximo para não acordar nenhum turista cansado… mas de o ter feito! Sorrio ao relembrar a corrida desenfreada por dois andares acima em fuga a um turista rezingão que (com toda a razão!) me queria esfolar por lhe ter perturbado o tão valioso sono… Lembro-me de te sussurrar pelo telefone que tinha saudades tuas. E como tinha!!
Lembro-me do postal que te escrevi.
Lembro-me que a cada visita que fazia, a cada novidade, cada monumento, a cada sensação… o que mais me apetecia fazer era ligar-te! Partilhar contigo os sentimentos que aquelas cidades, e todas aquelas histórias me traziam.
Lembro-me do tempo em que uma simples lembrança tua me preenchia, como mais nada. Lembro-me dos dias em que te encontrava em todo o lado, num livro, num filme, numa simples conversa… e flutuava, sozinha, de encontro a ti, ou ao que eu sonhava que tu fosses. Ao que eu queria (tanto) que tu fosses. Provavelmente ao que eu imaginei que tu fosses. E perdi-me. Perdi-me da realidade: porque ela não era suficiente, porque muitas vezes magoava, porque era assim mesmo, real e descolorida.
“Não me culpes”. Não me julgues só por aquilo que julgas saber. Porque não sabes. Porque eu não te disse.
“Não culpes o meu coração”, porque ele se encheu, transbordou de ti. Está encolhido agora, tirita de frio pela tua ausência. Ou pela ausência do que nunca foste, mas que ele sempre esperou que viesses a ser.
Culpa antes, a minha racionalidade acéfala, a minha forma flutuante de vivenciar até as coisas mais terrenas. Culpa-me, por te ter querido tanto, tanto tempo. Culpa-me por ter alimentado a ilusão com mensagens de segunda-feira de manhã e com migalhas de lembranças de momentos cada vez mais distantes e aconcretos!
Perdi-me de ti e perdeste o sentido…

Há cerca de dois meses escrevi-te um postal (mais um). Queria entregar-to, mas não pude, não deu (cliché horrível este!!), não quiseste!
Vou guarda-lo, com carinho, com amor… junto de todas as outras lembranças adoráveis que me trazes.
Amanhã, tu serás só tu. A ilusão e o amor ficarão fechados naquela gaveta funda onde guardo tudo aquilo de que um dia me preencheu, mas que não preenche mais.

Boa noite.
ss

6 de março de 2007

Que bom, tão bom!


Esse calorzinho (que nos aquece):

I'd like to close my eyes and go numb
But there's a cold wind coming from
The top of the highest high-rise today
It's not a breeze cause' it blows hard
Yes, and it wants me to discard the humanity I know
Watch the warmth blow away

Do you think I should adhere to that pressing new frontier?
And leave in my wake a trail of fear?
Or should I hold my head up high
And throw a wrench and spokes by
Leaving the air behind me clear?

Don't let the world bring you down
Not everyone here is that fucked up and cold
Remember why you came
And while you're alive
Experience the warmth before you grow old.

(incubus)
ss

 
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