Fotografar
Qual será a distância máxima entre a verdade e a realidade? É verdade que aquela linha longínqua do horizonte separa os verdes dos azuis, a água do ar… Mas por mais que corra, viaje, navegue não posso nunca tocar-lhe… apreciá-la mais de perto! Vai ser sempre assim fugidia e inatingível. Irreal!! E todo aquele brilho cintilante me parece um manto de diamantes que gostava de puxar e usar como refúgio. O vento sopra constante, criando a ilusão de um abraço apertado e envolvente. As nuvens flutuam como se fossem farrapinhos de algodão dispostos ao sabor da brisa.
Vidrada na perfeição de cores combinadas pelo pincel mais perfeito, fico a imaginar como seria delicioso ver esta praia reflectida nos teus olhos. E num pequeno toque aprisiono, para sempre, o enrolar de uma onda nesta tarde ensolarada; em menos de um segundo tenho todas as cores transformadas em pequeninos pixeis que a noite não pode levar.
Continuo, boquiaberta, a encher-me da emoção das cores, dos brilhos, dos cheiros. Ouvindo os sons repetidos da água que refresca os meus pés descalços. Salpicos de luz vão molhando-me o vestido branco. Uma onda maior arrasta a areia e o chão parece mover-se… mover-me de encontro à água, tão verde! Sorrio e deixo que a água me pinte a roupa em tons de mar, que as ondas me embalem a alma e que a maresia me devolva as lembranças desta praia: a minha praia.
ss
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