18 de setembro de 2009

Here it comes the sun...

... and I say it's all right

Little darling, it's been a long cold lonely winter
Little darling, it feels like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
and I say it's all right

E o resto cantou e dedilhou só para mim...

ss

10 de setembro de 2009

Let it be!

Quando somos pequenos bebemos invariavelmente muito daquilo que os nossos pais são. O meu pai era um grande fã dos Beatles. Lá em casa há discos de vinil: álbuns e singles. Há várias colectâneas e todos os álbuns originais em CD. Muitos comprados pelo próprio pai, outros já adquiridos por mim, que lhe tomei o gosto pela colecção e pela música.
Quando as minhas amigas ouviam Ministars e Ondachoque eu ouvia Beatles e The Doors, porque se havia coisa que eu não queria ser era criança. Ora essa! Já era crescida. Lembro-me de estar na quarta classe e ter iniciado a minha formação em inglês. A cada lição vinha para casa tentar ler as letras das músicas dos Beatles e compreender o que até aí gostava sem perceber porquê? Gostava da música e cantava-a à minha maneira. Sabia dizer yellow submarine ou when I’m sixty four, já era qualquer coisa.
Costumava dizer que aprendi a falar inglês com as músicas dos Beatles. Pelo menos a vontade de aprender a língua deveu-se a essa curiosidade pelo conteúdo das músicas que tanto gostava. Os Beatles!! Não há música que tenha seguido comigo tanto tempo como a que estes quatro rapazes fizeram
Na última noite que passei em Portugal antes de me mudar definitivamente para França, depois de arrumar tudo o consegui empacotar, lembro-me de me sentar na cama, desolada, de cara repuxada de tanto sal, de tantas lágrimas, de tanta vontade de não ir. E esse não ir esteve muito perto… Uma tristeza dolorosa tolhia-me os movimentos. Sentia-me a ser expatriada de mim própria. Olhava a cama e pensava que não queria dormir essa que estava designada a ser a última noite. Estava nesse impasse, com mais lágrimas a escorrerem pela cara vindas nem sei de que forças, quando no rádio passou a The Long and Winding Road.
Estava feito! Era essa mesma estrada que eu estava prestes a percorrer e ia ser capaz de o fazer! Senti-o. Soube-o nesse instante. Chorei ainda mais emocionada pelo som das cordas mas enchi-me de vontade. Dormi transbordada de esperança.
Os Beatles e as suas músicas... Oh meu Hey Jude, o tão meu take a sad song and make it better

E agora eu pergunto. Como resistir? Como?
Se ao menos eu não tivesse visto tantas vezes aquele filme. Mas vi! E continuo a achar que a minha vida pode ser como o Serenditipy… Como não acreditar que é? Com tudo o que esta semana me foi… Como resistir, volto a questionar-me?
Porquê resistir?
Pedalo para casa. Ainda se sente o calor do que vem do solo. Queima-me a face. De alegria. Sorrio para o vazio de pessoas que há na rua. O vento bate-me no corpo e sinto-me a viver, por inteiro.
Como eles dizem:
Let it be!!
(dito com euforia)
SS

2 de setembro de 2009

Na tua sombra

está-se bem melhor.

Fica e conta-me a tua vida. Olha-me com esses olhos de velho e dá-me a alegria de ter, ainda, toda uma vida.
Fica. Deixa-me fotografá-lo e ri-se dos meus óculos redondinhos. Tem mãos cheias de rugas, ásperas e quentes. Inesquecíveis ao toque. Ensinou-me tanto e não o verei novamente para lhe agradecer.
Agradeço à vida por todos os ensinamentos, mesmo que rebuscados, de felicidade! E vou dormir. Que é tarde e a Nina Simone está a chamar-me para o son(h)o (nunca é tarde!). Deixo a janela aberta para me deixar embalar pela lua tão brilhante desta noite.
Vens?

ss

 
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